O direito de não ler

O que você acha de um livro - que se propõe a ponderar sobre os porquês de crianças que são ávidas por livros (quando um adulto lê para elas) se afastarem dos livros ao começarem a ler - afirmar logo na quarta capa que o primeiro direito imprescritível do leitor é o de não querer ler? No mínimo curioso, não? Pois assim é Como um romance, do francês Daniel Pennac, que acabei de ler (mas não é lançamento, é de 1993, publicado pela Rocco). Pennac expõe com clareza o papel que pais, professores e escola desempenham nesse afastamento - maior (ao contrário do que queremos supor) que a culpa que atribuímos à TV, aos video games e à Internet. Eu, que vivo dizendo à minha filha mais velha, de 8 anos, que é muito mais divertido ler do que todas essas coisas - vesti a carapuça algumas vezes durante a leitura. Mais uma luz, para pais (e professores) que amam ler e desejam que filhos (e alunos) sigam seus passos. (Zampil)